sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Review - A Origem (Inception)

Greetings, human beings. Bem vindos à mais um post da dignissima Semana da Ficção-Científica, promovida pelo querido Rodrigo, todo poderoso presidente das corporações Nerd-Geek Feelings. Como vocês já devem saber (eu espero que saibam), o nosso blog/sócio/irmão mais velho tá promovendo essa semana promovendo esse gênero que povoa a mente de muita gente ao redor do planeta mais brega na região Ocidental desta Galáxia.

Pois bem, eu sou o Leo e mais uma vez, eu decidi sair um pouquinho da minha zona de conforto. E devo ressaltar que foi a minha chance de unir o útil ao agradável. Um post pra que eu possa despejar aqui nesse blog todo o meu carinho pela obra mor do amor da minha vida: hoje falaremos de “A Origem” de Christopher Nolan.

“AI MAS NOSSA, A ORIGEM É UM FILME DE 2010, JÁ NEM VALE MAIS FAZER CRÍTICA”. Tá, e quem liga? Eu tô aqui pra dizer que vale SIM fazer critica de coisa velha e quem não gostar, pode ir embora daqui. Mentira gente, volta aqui, por favor. 

Ok então, introduções feitas, vamos aos trabalhos.




Antes de mais nada...

A Origem é um filme americano de ficção científica (eu joguei no Google, só pra ter certeza), lançado no ano de 2010, escrito e dirigido por Christopher “MOZÃO DAS TREVAS” Nolan. O elenco traz Leonardo DiCaprio, Ellen Page, Joseph Gordon-Levitt, Marion Cotillard, Michael Caine, Tom Hardy e outros. Foi indicado a oito Oscars, incluindo o prêmio de melhor filme, sendo o vencedor em quatro categorias: melhores efeitos visuais, melhor fotografia, melhor mixagem de som e melhor edição de som.


Então...

O filme nos apresenta ao protagonista Dom Cobb (Leonardo DiCaprio), um ladrão especialista em extrair informações dos sonhos dos outros. Tentando recuperar a guarda de seus filhos, Cobb se vê obrigado a trabalhar para Saito (Ken Watanabe), em uma missão dada como impossível: ao invés de extrair uma ideia, Cobb deve implantar uma ideia na cabeça de um dos concorrentes industriais de Saito. Ao lado de um grupo formado por Ariadne (Ellen Page), Arthur (Gordon-Levitt) e Eames (Tom Hardy), o protagonista mergulha cada vez mais fundo no subconsciente de Robert Fischer (Cillian Murphy) onde as leis da física são cada vez mais distorcidas, para que possa inserir a ideia em sua mente e cumprir o acordo firmado com Saito. O grande problema vem na forma de Mal (Marion Cotillard), a falecida esposa de Dom Cobb que assombra os sonhos do ex-marido, ameaçando a segurança de todos os seus companheiros.


Sendo assim...

O filme é genial. E eu sei que rola toda uma comoção desnecessária em torno da obra do Nolan, mas esse filme faz valer essa comoção. EU JURO.

Basicamente, a estrutura inicial do filme é como um desses filmes de roubo: um grupo planejando um grande golpe que, a princípio, parece ser impossível. O legal aqui é que o Nolan mergulha fundo no seu lado mais criativo e deixa aflorar os seus sonhos mais retardados, distorcendo cada vez mais essa estrutura de filme, adicionando elementos fantásticos na fórmula. 

Pra implantar a tal ideia na mente do tal empresário, os “mocinhos” tem que entrar em um sonho dentro de um sonho dentro de um sonho e, a cada “nível” de sonho, o tempo passa de forma diferente, fazendo com que os acontecimentos de um “nível” afete nas leis da gravidade no nível abaixo, por exemplo. O maior exemplo disso é a cena genial onde, em uma van, o piloto de fuga do grupo (que é um químico, o que explica sua TOTAL falta de afinidade com o volante) faz altas manobras com o veículo e, em contrapartida, essas manobras mudam totalmente a gravidade do que acontece no nível inferior, fazendo com que Joseph Gordon-Levitt mostre que tem muito mais do que 500 Dias Com Ela no seu currículo, voando em um corredor de hotel, desafiando as leis do tio Newton e andando pelas paredes enquanto luta contra o subconsciente loucão de Cillian Murphy.



E se essa FUCKING cena não é o suficiente pra te convencer de que esse filme é espetacular, ok. Os diálogos são bem compostos, nos trazendo uma relação bem cativante entre os personagens, fazendo, por exemplo, com que o personagem sem graça de Ken Watanabe, vire uma das suas principais preocupações ao longo do filme. Além disso, Nolan brinca com a nossa percepção do que é real e o que não é (tipo um Matrix se tivesse sido feito do jeito certo). Exemplo: Cobb viveu MUITOS anos no “mundo dos sonhos” com sua esposa, Mal. Quando os dois finalmente acordam pro mundo real, Mal está convencida de que na verdade, o mundo dos sonhos era o mundo real e, bom, está feita a merda. E esse peso se repete ao longo de todo o filme, nos lembrando da angústia de Cobb ao saber que ele foi o responsável pelo surto de Mal. E é justamente esse rancor que faz com que Mal apareça para atrapalhar os planos de Cobb toda vez em que ele está em uma missão. Viu? Clichês como o sentimento de culpa do protagonista são elevados a outro nível nas mãos de Nolan. Complemente essa trama com efeitos especiais de primeiríssima qualidade e, pronto, temos o meu filme favorito.

O elenco cumpre muito bem o seu papel também, reagindo de maneira convincente ao mundo distorcido de Nolan. DiCaprio é acima da média, como em quase todos os seus trabalhos, entregando uma atuação cativante (e continua à espera do seu Oscar). Michael Caine faz a sua “ponta de luxo”, como já é usual em filmes do Nolan, mas não menos competente por isso. Gordon-Levitt brilha pouco, mas também é satisfatório, tendo inclusive conquistado o coração do diretor e garantindo o seu lugar no terceiro filme do Batman. Ellen Page também tem um papel bem legal, representando a plateia (sim, eu e você), fazendo o papel de aprendiz, exigindo dos outros personagens explicações que, no fim das contas, acabam servindo pra quem assiste ao filme também. Marion Cotillard é linda e me faz duvidar que foi ela mesma que protagonizou aquela cena horrível de morte em O Cavaleiro das Trevas Ressurge. 

"No céu tem pão? E morreu."

Enfim, o filme pode parecer complexo, principalmente considerando essa pirâmide que o roteiro cria, usando o conceito de um sonho se passar dentro de outro sonho, mas eu prometo que se você assistir o negócio com amor e muito carinho, você vai entender tudo o que acontece sem muita dificuldade. 

Agora fica aqui a esperança do que Interstellar, próximo filme do mozão que tá pra estrear logo logo seja tão espetacular como esse filme aqui.


Você deve assistir isso?

FUCKING YES. E se quiser ver os outros filmes do Nolan (O Grande Truque, Trilogia Cavaleiro das Trevas, Insônia, Following e Memento), recomendo também. Ah, e eu juro que eu não sou um desses cults chatos, apesar desse texto não parecer muito com o tipo de coisa que eu escrevo. 


Nota: 10/10. 


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