quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Review - Flash Gordon

Oláááááá, amiguinhos! Como vocês estão? Sentiram minha falta? Eu sei que sim, afinal de contas, ninguém aguenta mais "olhar" pra cara feia do Adler. Mas como ele bem disse, começaremos a sessão "Review" do site. E já começamos bem, nessa gloriosa Semana Sci-Fi, junto ao Nerd-Geek Feelings, nosso parceiro de alegria e malemolência.



A ficção científica, como um gênero, possui muitas facetas. Ela tem a faceta filosófica, como visto em obras distópicas, a faceta fantasiosa, como visto em filmes como Duna, e a faceta aventureira, como visto nas histórias em quadrinhos.


Mas há uma faceta que eu gosto muito, é praticamente minha favorita: a faceta queijosa. É como se fosse a fantasiosa, mas com muito mais ácido envolvido. Filmes B como Plan 9 From Outer SpaceAttack of the 50 Foot Woman, são os melhores exemplos exemplos disso. Mas o filme em questão, apesar de ser uma adaptação sólida, tem um pé tão forte no queijoso que não resisti e resolvi jogá-lo na roda.

Senhoras e senhores, Flash Gordon.

FLASH! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA SAVIOR OF THE UNIVERSE!!



Antes de mais nada...

Flash Gordon foi criando por Alex Raymond em 1934 para uma tirinha de domingo. Ele surgiu para competir com Buck Rogers, uma outra tirinha já estabelecida de aventura espacial, cujo protagonista também dava nome a ela. A tira conta a história de Flash, um renomado jogador de pólo e graduando da Universidade de Yale, a jovem Dale Arden e o cientista Hans Zarkov, que se aventuram pelo planeta Mongo lutando contra a tirania de Ming, o Impiedoso. Essa adaptação cinematográfica foi dirigida por Mike Hodges e produzida por Dino De Laurentiis, sendo lançada em 1980. Mike não possui um currículo interessante, mas o senhor De Laurentiis produziu filmes como Barbarella, os dois Conan, Dune e Evil Dead 2 e 3.

Então...

O filme começa com o planeta Terra sofrendo das mais terríveis catástrofes naturais. O avião onde nossos protagonistas estavam sofreu um acidente e depois de sobreviverem à queda, foram sequestrados por um enlouquecido dr. Hans Zarkov e colocados em um foguete, cujo objetivo era descobrir a origem desses eventos (um deles causou a queda do avião onde Flash e Dale estavam). Isso os leva ao planeta Mongo e descobrem que esses meteoros eram armas de Ming, O Impiedoso, ditador do planeta e de suas luas. A partir daí, é a luta de Flash, Dale e Hans contra Ming e as aventuras que eles vivem no processo.

Sendo assim...

Muleque, é tudo que eu preciso saber que esse filme vai ser foda pra carai!!

FLASH! AAAAAAAAAAAAAA HE'LL SAVE EVERYONE OF US!!

Vamos começar pelo elenco. Flash Gordon é interpretado por Sam Jone, que ganhou o papel de atores como Kurt Russell e Arnold Schwarzenegger e acabou imortalizado nele, Dale Arden é interpretada por Melody Anderson, que saiu do showbiz e se tornou uma ativista social, Hans Zarkov é interpretado por Chaim Topol, um artista israelense bastante prolífico, e Ming é interpretado pelo lendário Max von Sydow, conhecido por papéis como o padre Lankester Merrin (O Exorcista), Ernst Stavro Blofeld (James Bond), além de ser a voz de Vigo (Caça-Fantasmas 2) e ser parceiro do diretor Ingmar Bergman.

Outros nomes de peso são Timothy Dalton como príncipe Barin de Arboria, Brian Blessed como Príncipe Vultan de Sky City, Ornella Muti como Princesa Aura, a filha de Ming e Peter Wyngard como general Klytus, o braço direito do Impiedoso.

E devo dizer que o elenco está sensacional. Todos se entregam ao papel, não parecem que eles estão sendo forçados ou nem queriam estar ali. Eles até agem como o estereótipo de cada personagem. Brian é como se fosse um daqueles vikings escandalosos (GORDON IS ALIVE??), Timothy é o clássico rival-que-vira-amigo, Ornella está bem saliente como a dissimulada que Luna é, e até mesmo o sr. Jones está carismático com Gordon.

Não é a camisa que mostra que ele é o protagonista, e sim o cabelo. Só mesmo sendo o herói do filme pra ter esse cabelo

Os efeitos e cenários são os que possuem maior coeficiente de queijosidade. Todas as roupas e cenários foram feitos de forma a reproduzir a magia e a vibe das tirinhas. Mesmo que Balin pareça um Robin Hood paraguaio, Vultan pareça o primo pobre do Gavião e Ming e seus servos ostentam pesado nos acessórios dourados.

As construções também parecem totalmente de outro mundo. O palácio de Ming é um luxo que só, digno de um imperador e não tão monocromático como o usual, apesar do estilo futurista. Arboria, como o próprio nome diz, são apenas árvores, não chegamos a ver tanto das construções da floresta. Sky City, a cidade flutuante dos Homens-Falcões, é igualmente alienígena e muito estilizada, praticamente toda prateada.

E não sei quanto a vocês, mas gostei muito disso no filme.

Uma das coisas que mais me frustra nos filmes de super-heróis hoje em dia é essa mania dos diretores de querer afastar-se o máximo possível do material de origem, colocando sua visão acima de tudo e deixando os personagens muito firmados na realidade, o que anula um pouco sua essência.

O que eles esquecem é que nós gostamos desses personagens justamente por causa disso: do impossível, do surreal, do fantástico. Querer tirar isso deles é como tirar tudo o que os tornam bons. Se cada vez mais pessoas vissem o quão legal esse escapismo é, poderia haver menos preoconceito com a mídia e elas poderiam sonhar mais. Prender tudo na realidade só torna as pessoas mais tristes e sem imaginação.

 O que me deixou realmente fascinado foi a qualidade dos efeitos. Era de se esperar que a adaptação de um personagem tão lendário seria mais... aplicada. Mas curiosamente, isso aumentou o charme do filme, pelo menos pra mim. Ambos sabemos que bom visual não garante uma boa obra, mas em certos casos, por motivos que vão além da compreensão, os efeitos ficam tão ruins que dão a volta e ficam bons.


Haja cabos e tela de chroma key hein

Mas uma coisa pra qual a eu gostaria de chamar a atenção de vossas senhorias é pra trilha sonora deste filme. Ela foi escrita, produzida e tocada por nada mais, nada menos do que a banda Queen.

WHO WAAAAANTS TO LIIIIVE FOREVEEEEEEEEEER??

Acho que essa banda mítica dispensa apresentações (mas se você não conhece, corra atrás e me agradeça depois). A trilha tem uma pequena participação do maestro Howard Blake, mas a banda é responsável pela maior parte musical do filme. Sinta só a energia fodástica presente apenas nessa versão do tema:



Se isso não é motivo o bastante pra você ver o filme, eu juro que não sei mais o que falar.


Ming tá de olho nessa zuera que você chama de vida. Já que tudo pertence a ele e talz

Você deve assistir isso?

Flash Gordon é um filme dos anos 80 com efeitos especiais do ano 60, uma história esdrúxula como as tirinhas dos anos 30, uma trilha sonora cheia de batidas dos anos 70 e é influência até hoje nos anos de 2010. Ou seja, sim.

Se você é um fã dos quadrinhos, de ficção científica ou de filmes com uma pegada mais classe B, esse filme vai lhe render uma bela noite de diversão. MAs se você é um daqueles caras que achou Man of Steel um filme que "redefiniu Superman para o novo milênio"... esse filme não é pra você. E por favor, não leia mais meus artigos, você não é digno deles.

Nota: Eu não dou notas. Veja, tire suas conclusões e depois me conte o que achou

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