terça-feira, 1 de outubro de 2013

Análise: Gorillaz

Finalmente chegamos ao post que eu idealizei semanas atrás. Aqui, irei falar um POUCO (juro) de cada álbum, e no fim trazer alguns pontos interessantes da banda em geral.

Perdão pela demora para os que esperaram por isso aqui na sexta, mas eu estava tão cansado que não consegui.

Bem, direto ao post então.





Bem, vamos falar de Gorillaz, certo? Aqui vai a história por trás dos desenhos: A banda foi formada em 1997 por Damon Albarn, líder do Blur, e Jamie Hewlett, criador do quadrinho "Tank Girl". Eles se definem como uma banda bem eclética, mas que não foge do pop. Apesar de toda sua influência e aparência de banda de rock, a música dos Gorillaz é uma grande mistura de hip-hop, eletrônico, pop, gospel e alternativa.

A "BANDA" mesmo não é nada fixa. Na verdade, o único membro presente em todos os álbuns é Damon. O resto do "elenco" é móvel, e varia conforme o tom do CD. E isso se expande no futuro, mas abordarei essa mobilidade de membros lá na frente.

Enfim, vamos falar de cada CD.





Gorillaz - Março de 2001

Neste álbum de estreia, temos conceitos usados por Damon que não veremos mais em nenhum outro álbum. E é normal se esperar isso de um cd de estreia. Não somente conceitos, mas a voz de 2D, por exemplo, não terá o dialeto cheio de sotaque e erros de gramática presente nesse álbum em nenhum outro disco da banda.

O clima aqui é de uma banda bem alternativa, não economizando nas parcerias com rappers e influências latinas. Eles não fogem muito do pop-rock, pouco arriscando em músicas mais eletrônicas.

Pode-se considerar um disco "punk", por sua rebeldia com os padrões de música antes vistos. Inclusive, uma das faixas do CD é justamente uma paródia (homenagem ou deboche?) à esse estilo, que bastante lembra Green Day nos anos 90.

Muitos enxergam referências à drogas nesse CD. Eu, particularmente, acho que sim, Gorillaz definitivamente tem letras que fazem essa apologia, porém, acredito ser uma sacada de Damon em não deixar nada explícito. A apologia está ali, mas ela usa de tanta poesia e argumentos abstratos que fica difícil de explicar PORQUÊ você acha que aquela música fala de narcóticos.

Vale também mencionar a paixão dos criadores da banda, e, logo, dos membros fictícios por George Romero e o gênero zumbi clássico, por isso o uso constante de elementos sombrios como zumbis e espíritos nesse CD.

Músicas Recomendadas 
5/4: Um belo exemplo das referências "escondidas" ao uso de drogas e à puxada mais para o punk, para a música "suja".

Clint Eastwood: Eu duvido que nunca tenha ouvido ela, mas repita essa dose. Se você se pergunta o que o ator de Hollywood tem a ver com esse single, é porque não assistiu "O Bom, O Mal e O Feio". Esse filme de Clint, um clássico do western, tem uma frase icônica usada na música. "I've got sunshine in a bag". Sem contar que você reconhece a melodia dessa música como parte da trilha sonora do filme. E, não menos importante, o rap de Del, o fantasma azul (que tem o mesmo nome do rapper que o interpreta), que chega para te dar um tapa na cara, caso tu não goste do gênero.

Tomorrow Comes Today: Um dos melhores exemplos da melancolia clássica do líder do Blur. Essa música representa o sentimento de aprisionamento, perseguição, depressão e tristeza que só os Gorillaz sabem fazer.

19-2000: Vai me falar que nunca ouviu essa? Seu clima tão inocente e divertido, como um passeio de carro pela estrada, te faz esquecer de qualquer problema. A letra faz uma crítica ao estilo de vida atual, onde devemos comprar um tênis da Nike não importa o problema que estejamos passando. É um recado para que essa geração não se deixe levar pelo império do comércio, que só quer que você GET THE COOL SHOESHINES.





Demon Days - Maio de 2005

Quatro anos se passam e temos uma banda completamente nova. As participações especiais de outros músicos aumentam, o significado das letras melhora, a performance da banda evolui para algo mais perto do pop, trazendo um sentimento mais melancólico e de crítica à sociedade para o álbum.

É o meu favorito, eternamente. Não tem o que reclamar de Demon Days. As letras, as músicas, as participações, os dois coros convidados, a ideia por trás do CD, a ambientação.

Demon Days se propõe a ser um passeio pelo lado mais escuro de cada um. É aquele seu dia que deu tudo errado. Começamos o CD em uma noite solitária e com um ar sinistro, que vai ficando cada vez mais obscuro conforme as músicas progridem, para no final acabar em um "amanhecer" de esperança.

Não faltam críticas sociais neste disco, traço este que viria a ser uma marca da banda daqui para frente. Temos referências à Guerra do Iraque, às guerrilhas na África, à mídia e seu império, etc. Seria tolice ouvir Demon Days e achar que as músicas falam apenas de tristeza e amor.

Um fato curioso: na ficção, quem escreveu esse CD foi Noodle. Ela, que já foi uma criança treinada para ir à guerra, toca nessa ferida na música Kids With Guns e Dirty Harry. Não só isso, mas ela passa a atacar pessoas maiores (referências à Bush e sua "guerra ao terror"). Assim, quando a japonesa é atacada e abatida no clipe de El Mañana, podemos tirar daí o significado de que quem começa a reclamar e falar demais contra quem não deve, logo será calado.

Músicas Recomendadas 
Kids With Guns/Dirty Harry: O conjunto dessas músicas é um belo manifesto contra duas guerras "diferentes" em motivos mas iguais em resultados. Seja a Guerra do Iraque, onde soldados são forçados à lutar e vivenciar uma violência absurda todo dia (Your water's from a bottle, mine's from a canteen), ou as guerras na África, onde crianças pequenas são obrigadas à pegar uma arma e irem pro campo de batalha (And they're turning us into monsters). A crítica ao armamento, às guerras e ao abuso das crianças deve ser o suficiente para te chamar para essas duas faixas.

Feel Good Inc.: O hit do verão de whatever. Sim, tu conhece essa música e a acha "foda pra caramba meo". Mas, já foi ver o que ela quer te dizer? Aqui temos a crítica à mídia pop, ao estrelato exagerado, às celebridades e suas futilidades. Enquanto essas estrelas são sentenciadas à uma falsa alegria (A melancholy town where we never smile), a verdadeira liberdade e felicidade está fora desta torre, em uma ilha flutuante com um moinho no meio (lembraram do videoclipe? Assistam de novo). PS: Mais pra frente vou mencionar essa música e "El Mañana" em uma seção dedicada à um certo casal.

DARE: Meio que fugindo de todas essas trevas, temos essa música que simplesmente te faz querer dançar de cueca em uma avenida, don't givin a fuck for no one. É uma das músicas que eu mais gosto, principalmente por causa do clipe todo "se solta e dance logo". Claro que a letra não é completamente fútil e, servindo de prólogo para as próximas 3 faixas do CD, é o momento onde o "protagonista" das músicas precisa decidir o quê fazer, que caminho tomar. Ela serve tanto para aqueles que estão felizes, pois incentiva ainda mais a felicidade à qualquer hora, e também funciona para quem está triste, pois diz para a pessoa aguentar a pressão, deixar de só pensar, agir, ir pra frente.

Trinidade Fire Coming Out of the Monkey's Head, Don't Get Lost in Heaven e Demon Days: É meio óbvio que você terá uma experiência melhor com esse álbum se o ouvir por inteiro, na sequência. Porém, nem sempre se consegue essa proeza no dia-a-dia. Para todas as outras músicas, você está perdoado e pode ouví-las fora de ordem, MASSSSSSSSSSSSSSSSSSS precisa ouvir essas últimas 3 músicas em conjunto, seguidas.
Elas meio que falam do fim dos tempos, usando metáforas pra mostrar que a ganância de alguns humanos foi a razão do declínio de toda a raça. Na primeira faixa, Dennis Hopper faz uma bela parceria narrando o conto que faz essa ligação com a realidade através de metáforas. Nas duas seguintes, o Coro da Comunidade Gospel de Londres faz a melhor música dos Gorillaz que eu já ouvi. É uma mistura da voz decisiva de Damon/2D, o nosso poeta, e da "voz" divina ecoada por esse Coro. Se você ouviu o álbum todo até aqui, sim, é nessa parte que você pode chorar.






Plastic Beach - Março de 2010

Cumprindo seu período de 5 anos de distância entre um disco e outro, os Gorillaz trazem para esta nova década mais uma obra de arte. Dessa vez, dá pra sentir que Damon colocou tudo o que queria em Plastic Beach.

A ambientação de todo o CD segue nos mesmos moldes de Demon Days: uma história de pano de fundo e músicas derivadas desse tema. Nesse caso, a "plasticidade" da nossa sociedade, seja no lixo que produz ou no lixo que consome. Seja na destruição do meio ambiente ou na destruição da música.

Para muitos, este álbum é, e muito bem justificado, o favorito. Temos hits, temos as músicas calmas, temos o pop "de raíz", temos a crítica social. Tudo dos Gorillaz está aqui, só que maior, mais grandioso, mais diversificado.

As contribuições são tantas que, nos meus cálculos, metade do álbum é cantado por algum cantor convidado. Desde o rapper Snoop Dogg até a dupla do The Clash, Paul Simonon e Mick Jones. São gêneros musicais que, apesar de tomarem vários rumos, não deixam de circundar o pop que é o tema princial de Plastic Beach.

Também vale mencionar que, não só nesse, mas em todos os seus álbuns, a banda sempre cria um site/jogo para ele. Não só site, mas inúmeras ações de merchandising, todos encontrados no site da banda, gorillaz.com

Esse álbum conta duas histórias, e dependendo da sua personalidade, você percebe uma delas, ou as duas. Por um lado temos um dilúvio na Terra que deixa milhões de mortos e apenas algumas ilhas à salvo, sendo uma delas justamente aquela feita do lixo que causou o desastre em primeiro lugar. Por outro lado, um conjunto de faixas neste disco nos conta a história de um casal perdido no meio desse fim de mundo.

 Músicas Recomendadas 
Welcome to the World of the Plastic Beach: Não importa o seu sexo, idade, raça, preferência sexual ou corte de cabelo. Você precisa ver para crer nessa parceria inusitada (não tão inusitada se lembrarmos do Del, o fantasma rapper de Clint Eastwood) entre o rapper e a banda. Não é nem "PIMP" como as músicas do Snoop, nem melancólico como Gorillaz. É uma mistura que deu certo, e não seria a primeira do álbum a conseguir isso.

Rhinestone Eyes: Primeiro HITÃO do CD. Tem uma batida bem legal e "plástica", ou isso ou é minha mente querendo justificar o nome do álbum. De qualquer jeito, é o típico hit dos Gorillaz que tu vai curtir: 2D/Damon arrasando com a letra e seu canto, o ritmo dançante, o timing de tudo. Vale notar que é aqui que começa a história secundária do disco, aquela envolvendo um casal separado.

Stylo: Se você sobreviveu à Rhinestone, não garanto que vai ser fácil agora. Stylo é, sem dúvidas, para mim, a melhor música do álbum. Tem boas participações de Bobby Womack e Mos Def, uma letra impecável, a voz entoante e depressiva de 2D se contrastando com o grito enérgico de Bobby, a mudança do ritmo calmo para um breve momento de empolgação. Continua fazendo parte do grupo de músicas de amor desse CD, com uma poesia linda em seus versos que fazem um paralelo com o amor do século 21, a necessidade da eletricidade nas nossas vidas e também com a existência da Cyborg Noodle, a "paixão" de 2D que, agora, é obrigado a admitir que ELETRIC IS THE LOVE.

Superfast Jellyfish: A crítica social mais bem feita do disco inteiro. A música começa como um comercial dos anos 60 de algum alimento processado e que fica pronto no microondas. Depois temos o De La Soul, esses rappers incríveis, nos explicando toda a plasticidade desse tipo de comida, de como aceitamos tão bem comer lixo industrial, da poluição do mar, da futilidade dessa vida. Vale a pena ouvir.

Empire Ants/To Binge: Essas duas músicas servem pra fechar aquela história secundária sobre amor, que, se você não entendeu, deixa pistas de que seriam 2D e Noodle, separados pela catástrofe. As duas músicas mesclam, e muito bem, a voz masculina de Damon Albarn com a voz feminina de Yukimi Nagano, vocalista do Little Dragon. Uma canção de amor trágica, cantada de um para o outro, sem final feliz. Ambas as músicas te deixam relaxado, melancólico, enquanto escuta que esses dois acabaram e não têm volta (You're by my side, but are you still with me?).

Cloud of Unknowing: Finalize com essa aqui, e vai dormir em prantos. Não recomendo que escutem Plastic Beach na ordem, não porque isso vai te causar problemas, mas simplesmente por que não tem nenhuma ordem nas faixas. Porém, se for acabar o CD, acabe com essa aqui. Melancolia extrema, narrando todos os acontecimentos das outras faixas, como o amor do casal afundando, estar perdido no meio do mar procurando por alguém. É pra repensar na vida e tirar os fones de ouvido.





The Fall - Abril de 2011

Vou ser bem breve neste CD que, bem, é bem breve também. Não vou dizer que ele é dispensável no seu acervo de amor aos Gorillaz, mas não faz falta também.

De qualquer jeito, é um excelente álbum, feito, segundo Damon, inteiramente no iPad durante a turnê da Plastic Beach. O que foi gravado à parte foram as vozes, em estúdios. Com poucas participações especiais e uma grande dose de "2Dísmo", temos essa bela peça de arte.

Se você não sabe a lógica é: Gorillaz foi parcialmente escrito por Russel (por isso o hip-hop e os elementos latinos), Demon Days foi quase que inteiramente escrito por Noode (por isso sua crítica à guerra, aliciação de menores e o engrandecimento da Dança) e Plastic Beach é a obra-prima de Murdoc (por isso sua grandiosidade, sua crítica ao pop, seu sarcasmo). Assim, só nos restava saber como seria um álbum feito pelo enigmático e melancólico 2D, e aqui temos. E olha, me surpreendi quando o ouvi.

As letras, além de fazerem referências aos lugares visitados durante a turnê nos Estados Unidos, também representam a vida de 2D. Vemos aqui como está o vocalista depois de tudo que aconteceu consigo. Uma das músicas, inclusive, consegue descrever a vida do vocalista com uma comparação tão simples e fútil.

Escute quando já amar a banda.

Músicas Recomendadas 
Phoner to Arizona: Introdução bacana sem letra. Mostra que esse CD é bem experimental e pouco tem a ver com as críticas sociais de sempre.

Revolving Doors: Nossa dose de melancolia básica.

Hillbilly Man: Serve como experiência de ver uma música tão calma e baseada no violão se transforma, de uma hora pra outra, em um eletrônico dançante bem bacana.

Little Pink Plastic Bags: Então, essa é a música que representa a vida de 2D. Não vou comentar nada não, só deixar um pedaço da letra aí:

"They're just little pink plastic bags
Blowing on a highway alone
They don't know where they'll go
They just gonna float out"

Bobby in Phoenix: Vale a pena ouvir aquele cantor enérgico de "Stylo" retornar aqui e fazer um country tão gostoso de ouvir. É meu despertador atual, só para informar. Sério, se entreguem ao violão e vão dormir à luz das estrelas.




Vamos então para os pontos que eu quero abordar:


Drogas

Expliquei isso lá em cima, e repito aqui: Damon curte polemizar um pouquinho e faz isso ao dar essa ambiguidade às letras. Oficialmente, sabemos que Murdoc é o único drogado da banda. Porém, cada um, por si só, representa alguma parcela de um viciado. Eu expliquei isso nos perfis deles, naquela área de curiosidades. 2D é o viciado, o doente, aquele cuja vida, opinião, corpo e mente são usados pelo criador da banda para representar os danos das drogas. Murdoc é a ganância, a fome, a sua insatisfação com o que tem, representados de forma única pela cobiça que o baixista apresenta. Noodle é a transformação que alguém sofre quando se envolve com as drogas, sendo representado pela ida da pequena Noodle, criancinha sem traços femininos e roupas largas, para a Noodle atual, uma adulta que atira em quem for preciso, tem marcas de violência no rosto e é atacada constantemente. Russel, por fim, é a sensação de perseguição, são os fantasmas que te seguem, é a paranoia de estar sendo seguido.


Críticas Sociais

O líder do Blur é alguém que se envolve muito com problemas sociais, alguém que realmente expõe sua revolta e opinião através da música. E isso não seria diferente nos Gorillaz. Desde o primeiro CD até Plastic Beach nós temos uma sucessão de mensagens anti-guerra, anti-violência. São letras e videoclipes que lembram a Guerra no Oriente Médio, como Dirty Harry.
Tem também a crítica, e essa é bem mais presente e forte, à sociedade atual. Sejam os padrões de consumo, a mídia espalhafatosa, a música pop que sobrevive de escândalos e renovação de seus ídolos teen. São críticas muito bem feitas, inclusive. Críticas da vida real feitas por pessoas que nem existem.


Melancolia

Esse já nem é um fator da banda, mas do cérebro por trás dela, Damon Albarn. Desde seus tempos de Blur o cantor traz letras mais depressivas, que se balançam em músicas agitadas e lentas. E com a nova banda ele incorporou esse clima triste em praticamente toda música que faz, salvo exceções.

E 2D é a voz perfeita para essa melancolia. Uma voz jovem, um pouco rouca, de quem aparentemente já gritou muito na vida, de quem hoje é mais um casulo vazio do que uma pessoa de fato. As letras, claro, também ajudam nesse processo.

  • Trechos como: "I don't think I'll be here too long" (Tomorrow Comes Today) 
  • "When we go to the car/I see you walk into the fog/And when you're there, what do you see?/You see the last, it's you and me" (Last Living Souls)
  •  "Oh, the days of forgetting/They've gone out with the tide/Lost at sea somewhere, waiting/Like setting suns at the rodeo/Trying to find someone you never know" (Cloud of Unknowing)


Organização "Gorillaz"

Lembram LÁAAAA no começo do post sobre a mobilidade e troca dos membros da banda da vida real? Então, é aqui que eu quero explicar melhor.

Acontece que, com o passar dos discos, os músicos dos Gorillaz foram sendo trocados de lugar cada vez mais. Isso acaba transformando o que era uma banda de 4 pessoas, fictícias e as reais, em uma ideia (alô L). Os Gorillaz não tem necessariamente uma formação, qualquer um pode ser, meio que um Vingadores sabe? Isso não quer dizer que deixaremos de ver os 4 membros desenhados, mas que não serão somente eles os denominados Gorillaz. E nem temos porque reclamar disso tudo não é? Foram essas trocas constantes de gênero musical, músicos, instrumentos, letras, ideias que fez os Gorillaz uma banda que todos gostam. Eles não se apegam à nenhum rótulo ou bandeira, logo, não tem como odiar os Gorillaz antes de ouvi-los.



Trio Amoroso:

Por essa você não esperava né? Ou esperava, sei lá. Não te conheço. Sai daqui.

Enfim,  essa teoria existe, eu particularmente gosto dela, mas as vezes sinto que é muito fanfiction sabe? Talvez seja porque Damon, demonstrando ser um filho da puta enigmático, também deixou um mar de referências e indícios de que esse trio amoroso existe, mas não assume nada, nunca.

Enfim, pela foto nem tem como não saber de quem eu falo: 2D, o tolo apaixonado, Noodle, a japonesa que quer ser livre e Murdoc, o egoísta egocêntrico (existe egoísta egocêntrico?)

As teorias tem como base diversas músicas da banda, principalmente as de Demon Days e Plastic Beach. Elas também mencionam artes oficiais e entrevistas onde Murdoc dá a entender que já teve algo com a guitarrista.

Então, como teria sido essa história deles? Eu sempre me perguntei isso, e acho que depois de ouvir todos os álbuns por tanto tempo, consegui formular algo. Seria mais ou menos assim:
 -Noodle chega na banda justamente na época onde Murdoc e 2D haviam brigado pela traição que o baixista fez com a namorada de seu companheiro de banda. Na época, aos 10 anos, Noodle podia não parecer muita coisa no teor físico, mas espiritualmente ela era a renovação da equipe. Ela chegou e encantou todos com seu kung-fu e suas habilidades na guitarra. Provavelmente 2D se surpreendeu pela capacidade dela no geral, como garota, e Murdoc se surpreendeu com os dotes musicais, pensando antes no dinheiro.
 Logo depois a banda vai caminhando até o hiato, onde se separam. Noodle adquire toda uma nova personalidade, baseada nas memórias que ganhou de volta, e, assim, começa a chamar mais a atenção de Murdoc, tendo em vista esse seu passado militar e caótico, como o líder da banda bem gosta. Por outro lado, tendo crescido, Noodle chama a atenção de 2D, que vê nela mais do que uma garota, mas um símbolo de liberdade. Isso fica bem visível em El Mañana, onde ele fica na janela da torre observando a garota. Nessa época, TALVEZ, alguma coisa role com Murdoc. Você nem pode reclamar de pedofilia porque, well, são desenhos animados. Enfim, os dois devem ter tido algo, o que deixa Noodle tão próxima dele ao ponto de ir até ele pedir para sair da banda por um tempo. Com o plano megalomaníaco de destruir a ilha, 2D fica preocupado com a garota. Ele provavelmente protestou contra essa atitude, mas permitiu uma vez que Noodle conversou com ele. Por isso ele ficaria tão depressivo e se sentindo culpado quando o desastre aconteceu e Noodle sumiu.
 2D começa a odiar Murdoc, porém, se odiar muito mais. Ele não quer mais cantar, participar da banda, ajudar Murdoc. Ele foge para algum lugar distante, enquanto que a resposta de Murdoc para a tragédia é criar um clone da menina.
 Quando a original volta e percebe o quê Murdoc fez, provavelmente rompeu sua relação com ele e se abrigou nos braços dos dois amigos que a ajudaram nesse retorno, 2D e Russel.

E é isso que eu teorizo como história de triângulo amoroso deles. Provavelmente saberemos o desfecho desse ato do Murdoc, da reação de Noodle e da posição de 2D no próximo álbum, mas se levarmos em conta o tempo médio para eles lançarem álbuns, acho que essa história fica pra 2015.


E é isso. Chega de Gorillaz. Podem descansar agora.

Agradeço quem acompanhou essa série. Peço desculpa se sentiram que a análise ficou grande demais, ou "rasa" demais. Sei lá.

Agradeço também à banda por essas músicas incríveis e por criarem uma história tão legal e bonita apenas com desenhos. Que Gorillaz, que é uma das minhas bandas favoritas, possa voltar logo e trazer mais melancolia dançante.

And repeat: "It's the music that we choose" :)

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