quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Review - Lucy

Céudações (as "saudações o Céu") meus amigos. Como sabem, estamos na Semana da Ficção-Científica, uma colaboração do Why Not com o seu irmão mais velho, o Nerd Geek Feelings. Ou seja, teremos ao longo desses 5 dias posts relacionados à obras scifi que mexeram conosco, seja por bem ou por mal.


Eu estreio essa semana com...uma outra estreia!!!

Sim, amigos, estamos estreando também o nosso quadro de "Reviews". Basicamente, teremos semanalmente dois reviews postados aqui no blog, cada um feito por um membro diferente do Why Not. Essas análises serão sobre qualquer coisa que um dos redatores tenha consumido culturalmente. Seja um disco, um filme, um mangá, um jogo de tabuleiro.

Meio que no estilo Moreno Babaca, traremos os pontos positivos e negativos daquela obra. No final, daremos uma nota e diremos se recomendamos ou não aquilo. Certo? Se não estiver certo você pode continuar à fazer aquilo que faz melhor: ignorar o blog :P

Então, situem-se em suas realidades em forma de poltrona que o Review de Lucy irá começar!




Antes de mais nada...
"Lucy" é um filme francês de ficção científica de 2014, escrito e dirigido por Luc Besson. O elenco conta com Scarlett Johansson como a protagonista Lucy, além de Morgan Freeman. O filme é o segundo mais caro produzido na França em 2013.



Então...
A película começa em Taiwan com Lucy e seu namorado Richard, dois jovens baladeiros que estão prestes à entregar uma maleta para um misterioso Mr. Jang em seu prédio. Paralelamente, temos o Professor Norman, que em Paris, dá sua palestra sobre o quanto que nós humanos usamos do potencial total do nosso cérebro, no caso, apenas 10%.

Por motivos que não quero citar pois essa surpresa é a única coisa legal desse filme, Lucy acaba recebendo uma alta dose de uma nova droga experimental, o que lhe concede um desenvolvimento absurdo no cérebro, suficiente para que passe a usar mais que apenas 10% dele.

Ao longo da trama, acompanhamos Lucy em sua jornada até Paris para entender os poderes que ela possui agora, principalmente com a ajuda do Professor Norman. Ainda assim, ela precisa fugir tanto da polícia quanto da máfia para conseguir se encontrar com o professor e decidir o que irá fazer com seu novo status.




Sendo assim...
A sinopse foi curta pois eu preciso me estender mesmo nas minhas opiniões pessoais quanto à esse filme.

DE MERDA®

Algo que me deixa muito triste é que foi justamente Luc Besson, criador da minha série de filmes de ação favorita, Carga Explosiva, que escreveu e dirigiu este nefasto pedaço de chorume escaldante. Não que o filme não tenha a ação que justamente é a marca do diretor, que também criou a série Busca Implacável. Na verdade, a partir de certo ponto, o filme finalmente ganha seu "ar de Besson" e mostra as cenas de ações mais exageradas possíveis.

Mas esse exagero não é nem um pouco deslocado. Claro que não, afinal, apesar de não ser dito em nenhum momento, todos sabemos que o filme "Lucy" se passa no Mundo da Punheta. E eu já explico sobre ele.


O Mundo da Punheta, revisitado por tantos diretores, sendo o principal deles o querido Michael Bay, é um universo fantasioso onde tudo e todos perderam suas almas, por isso não se surpreendem com absolutamente mais nada do que acontecer. Como por exemplo um time de cirurgiões que, no meio de uma operação para salvar alguém, testemunham a chegada de uma mulher loira carregando uma pistola silenciada que, após examinar seu próprio cérebro, decide que precisa ser operada NAQUELA HORA. E por isso ela mata o paciente na mesa de operações, avisando que ele não teria salvação pois ela viu o tumor dele e já estava em um estado impossível de melhora. Após isso a mulher se senta na mesa e pede para o cirurgião-chefe abrir sua barriga (que já fora aberta, por isso tinha um corte com pontos) e retirar de seu corpo um pacote de drogas.

No mundo real? Todos fugiriam da sala no menor sinal de perceberem que aquela louca carregava uma pistola.

No Mundo da Punheta? O cirurgião retira o saco de drogas de dentro da mulher como se retirasse doces de uma piñata. Isso enquanto a mesma mulher conversa no celular que, veja só, o querido médico emprestou para ela fazer uma ligação internacional.

Mais um dia normal na vida daquele médico

Agora que podemos justificar tais fatos, vamos falar da "heroína": uma mulher qualquer, que estava em Taiwan estudando (sabe-se lá o quê), de repente se vê como mula para levar drogas para outros países. Após ser levemente espancada, adquire poderes sobre-humanos e resolve CAGAR para o mundo à sua volta enquanto vai para o hospital já citado.

Agora, o que o diretor queria que eu fizesse? Ele queria que eu torcesse por aquela aberração de outro planeta que, sem qualquer emoção aparente, assassina inocentes apenas porque já sabia que eles iriam morrer? O cara da mesa de cirurgia não tinha o direito de mais algumas horas de vida?

O descaso dela só aumenta conforme sua capacidade cerebral evolui. Ela destrói carros DE POLÍCIA que estavam atrás dela por, oras bolas, ser uma criminosa assassina!

Ela, não cansada de já ter feito merda o suficiente, faz tais carros baterem e voarem pelo trânsito, com certeza os fazendo cair por cima de pessoas completamente inocentes. E o diretor quer que achemos tudo isso muito foda e divertido, mas a verdade é que eu pegava cada vez mais ódio por aquela filha da puta que NÃO TEM EMOÇÃO. É claro que isso é um recurso narrativo para demonstrar o quão não-humana ela está se tornando, mas você está fazendo isso justamente com a personagem-título do filme!

Se eu não torcer por ela, por quem eu torcerei? Pela máfia asiática? Pelo policial cara de bosta que a acompanha? Pelo Morgan Freeman chapado?


Emoção? Quem é essa?

O roteiro? Uma perdição.

Eu simplesmente não sei aonde Lucy quer ir agora que ela virou o Dr. Manhattan. Ela quer as drogas que dão seus poderes? Ela quer falar com o Morgan Freeman e ajudar as pesquisas científicas? Ela quer ver a mãe novamente? Ela quer andar por aí?

Isso tudo só piora com a lógica científica que o filme quer que engulamos. Segundo esta NOGA de filme:

-Com 20% do cérebro sendo usado, nós ganhamos mira automática de GTA, lemos os corpos humanos como se fossem maquetes da 2ª Série e nos achamos inteligentes o suficiente para não matar o vilão do filme

-Com 30% do cérebro sendo usado, nós podemos criar do PÓ webcams-espirituais e invisíveis que exibem nossos rostos em qualquer televisão que quisermos, podemos ler a wikipédia inteira e podemos provar fisicamente que morenas são melhores que loiras.

-Com 40% do cérebro sendo usado, estamos proibidos de tomar champanhe, podemos ter a cara derretida à qualquer instante e precisamos comer drogas como se fosse granulado para manter a boa forma.

-Com 50% nós dobramos o MUNDO. Podemos desmaiar alas inteiras de hospitais, fazer armas ejacularem precocemente suas balas fora, cagar em cima da tumba de Isaac Newton enquanto destruímos a gravidade e criar paredes invisíveis que impedem a vida de ser um jogo sandbox.

-Com 60%, se é que ainda precisamos de mais coisas para serem feitas, controlamos telepaticamente qualquer sistema já criado. Seja ele orgânico, eletrônico, mineral, animal, vegetal, eleitoral, of a down.

-Como nada mais na face da Terra tem a mínima fagulha de paixão para nossos cérebros utopicamente evoluídos, a percentagem pula direto para 90%, quando, por puro TÉDIO, podemos criar o computador definitivo de todas as eras apenas com um pouco de gosma preta que cagamos.

-Com 99%, nós demos pause na vida e fomos naquela opção de Replay. Podemos rever o que quisermos, onde quisermos, quando quisermos. Posso rebobinar o Universo até sua criação e decidir que a primeira palavra já proferida em toda a história da Criação seja "pênis".

-Com 100%, minha consciência ultrapassou qualquer limite já imposto pelas paredes cósmicas do Continuum-Espaço. Se quiser, posso criar meu próprio Universo, com suas galáxias, suas estrelas, seus planetas habitados, seus filmes de ficção científica completamente porcos e com nenhum apelo com o protagonista, suas próprias Scarlett Johanssons no papel mais chato de suas vidas.


Isso é um computador fodão. Só aceitem, pois eu sou o diretor.

O personagem mais interessante acaba sendo o Mr. Jang, o líder dessa máfia toda que, aparentemente, também conseguiu evoluir seu cérebro, pois só isso explicaria o fato de que ele consegue infiltrar seus homens em QUALQUER LUGAR. E olha que eles nem se dão o trabalho de vestir outra coisa a não ser os característicos ternos. Chega ao cúmulo quando, na frente da biblioteca/escola onde Lucy se encontra com Morgan Freeman, os mafiosos estacionam seus carros e começam a sacar o seu arsenal de armas e colocar elas em bolsas, enquanto a polícia chega JUNTO com eles e sequer percebe o bando de oriental ali cheio de armamento. Irônico que, logo depois, essas duas forças entram em confronto lá dentro.


Curiosidade: ele é interpretado pelo protagonista de "Oldboy"

Você deve assistir isso?
Pelo preço camarada de R$28,00 (que o babaca aqui pagou)? NUNCA.

Ainda mais hoje em dia com serviços de streaming e filmes online, onde você pode assistir inúmeras coisas melhores ao invés de estar preso à esse filme caso só esteja passando ele na TV.

Se você gosta dos atores, então assista, como mencionado, "Oldboy", "Ela", "Se7en". Se gosta do diretor, vá ver "Busca Implacável", "Carga Explosiva", "13º Distrito". Se gosta do tema, veja "Under The Skin", "Donnie Darko", "Gattaca". Se gosta de gastar dinheiro, vá comer no Outback.

Nota: 2/10. Um ponto pelo Mr. Jang, outro ponto pela Scarlett, que segue sendo a mulher mais linda que já vi.

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