domingo, 12 de outubro de 2014

Why Not Play? Jogos de jabá

Olá, moçada bunita, como tem passado? Eu passei bem, muito obrigado. Estava numa vibe negativa, mas finalmente consegui sacudí-la pra bem longe. Voltei pra arrebentar com tudo, no bom e velho Janu Way of Life.



Acho que já devo ter falado sobre isso em outros textos, mas sou apaixonado por jogos antigos, os old-school. E um dos assuntos que mais me fascinou durante minhas pesquisas são os chamados "advergames".

Advergames, uma mistura das palavras "advertising" (que significa propaganda em inglês) e "games" são jogos usados como merchandising. A principal característica desses jogos é que os personagens são mascotes de empresas, como o Ronald McDonald da rede McDonalds. Apesar de não existirem muitos agora, esses jogos eram bem comuns na era 8-bits, chegando até a alcançar o PlayStation 1.

O que será que tornavam esses jogos tão populares? É o que pretendemos descobrir hoje, meus caros.


Yo! Noid
Plataformas: NES

E já começamos bem, com um jogo odiado e localizado.

Localizado no sentido de que Yo! Noid foi baseado no jogo japa Kamen no Ninja Hanamaru. Entretanto, na fase de localização pros states, por motivos que vão além da minha compreensão, a Capcom decidiu se unir à rede de restaurantes Domino's Pizza pra promover a mascote deles. O resultado é um dos jogos mais difíceis e odiados do NES.

Eles não estavam brincando quando diziam "Avoid the Noid".


Por que um cara vestido de coelho é quem eu confiaria pra salvar minha cidade

Noid é o mascote da Domino's Pizza e protagonizou diversos comerciais stop-motion nos anos 80 (eis um exemplo). O motivo de alguém interpretar sua própria mascote de forma tão vilanesca só Rao sabe, mas ele era famoso o bastante pra ganhar seu próprio jogo.

O que não seria uma má ideia, se ele não fosse dolorosamente difícil.

Yo! Noid é o tipo de jogo que classifico como "chaotic difícil": ele é um jogo bem difícil, você não tem muitas vantagens e ele pode ser bem injusto nas batalhas contra o chef. Entretanto, ele não te incentiva a continuar jogando, ele te deixa frustrado e você logo desiste. E apesar de ser feito pela Capcom, que brilhou no NES, o jogo deixa um pouco a desejar no quesito visual ou musical.

Se você é daqueles sado-masoquistas que curte zerar esse tipo de jogo e se gabar nos fóruns do 4chan, esse jogo é pra você. Se não, é melhor nem tentar.

Cool Spot
Plataformas: Master System, Mega Drive, Game Gear, Super NES, Amiga, Game Boy, DOS

Algum de vocês já ouviu falar ou já tomou 7Up? 

Era um refrigerante americano de limão que era imensamente popular nos Estados Unidos (tipo a Sprite por aqui) e que veio para o Brasil no meio dos anos 90, mais precisamente em 1995. Se você é um botafoguense de velha guarda (como meu pai), deve se lembrar que esse refrigerante patrocinou o Botafogo-RJ. Entretanto, sua venda foi descontinuada em 1997, devido ao baixo sucesso de vendas.

Se vocês procurarem a logomarca desse refri no Google, vão perceber que tem um ponto vermelho e bem chamativo nela. Eles pegaram esse ponto, antropomorfizaram (deram a ele características humanóides), falaram que era uma mascote e deram pra uma produtora britânica o direito de fazer um jogo sobre.

Pra um povo preguiçoso, até que eles mandaram bem.


Feel the coolness

Um clássico jogo de plataforma, você assume o papel de Cool Spot e deve pegar todos os spots espalhados por cada fase, dentro de um tempo-limite. Caso você não consiga a tempo, você perde uma vida. Obstáculos também estarão prontos pra tirarem sua energia, mas nada que atirar bolhas de soda não resolvam.

Nunca subestime o poder do refri.

Já tentei zerar esse jogo, mas sempre acabava voltando pro Sonic. É bem divertido até, apesar dos frames tentando simular um 3D serem um pouco engraçados. Chegou até a ganhar uma sequência, Spot Goes To Hollywood, que apesar do belo visual, sofria do mesmo mal que Sonic 3D, os controles não ajudavam num ambiente isométrico. 

Se você quer algo legal pra se divertir, taí uma boa pedida. Aproveita e joga tomando um refri de limão com uma camisa velha do botafogo, pra uma experiência realmente imersiva.

Chester Cheetah: Wild Wild Quest
Plataformas: Super NES, Mega Drive

Não sei quanto a vocês, mas eu A-M-O salgadinhos.

Admito que era mais por causa dos tazos no começo, mas aprendi a apreciar esses petiscos com o tempo. De fato, eu comia taaaaantos deles que chegava a ficar com o dente amarelado. Apesar de tudo, eu não ligava muito para as mascotes dessas delícias. A única exceção era Chester Cheetos.

Chester era tudo que uma criança queria ser: um tigre humanóide descolado de óculos que podia se entupir de Cheetos sem ter problemas alimentares. E pra ser honesto, era o único personagem que eu via aparecer em comerciais e coleções de tazos. Caso alguém lembre de algum outro, me deixe saber.

No começo dos anos 90, ele foi o protagonista de jogos bem legais do Mega Drive. Entretanto, vou falar só de um por que esse foi o que mais joguei.


Minha cara quando vinha dois tazos em um pacote

O objetivo do jogo é basicamente o mesmo da minha infância: percorrer América em busca de Cheetos, comendo o máximo que puder em menos. Obviamente, nem todo mundo compartilhará da sua alegria e tentarão lhe impedir. Mas enquanto tiver um pacote de Cheetos na mão, nada de mal lhe ocorrerá.

Não vou mentir, pra mim o jogo é um pouco difícil, mas ao contrário de Yo! Noid, ele é "lawful difícil", você se diverte com sua dificuldade e até tenta continuar. Não creio que você terá trauma desse delicioso salgadinho.

E assim como Cool Spot, jogue esse jogo comendo um daqueles baldões de cheetos bem caprichados, de preferência com molhoucos (será que alguém ainda lembra deles?). Só não venha reclamar que sua manete/teclado está engordurada e fedida, dei apenas uma sugestão.

Chase the Chuck Wagon
Plataformas: Atari 2600

Fazer um game não é nada fácil.

Pode parecer moleza criar todo esse mundo virtual, mas vai por mim, não é. É um processo caro e deveras exaustivo, apesar do retorno poder compensar mais por tudo isso. Por isso é bom ver quando novas produtoras surgem aqui no país, mesmo que pequenas.

Mas no começo, qualquer um podia fazer um game, desde que soubesse um pouco de programação. Não era fácil, mas um jogo podia ser criado completamente por duas ou três pessoas dentro de poucos dias. E assim como qualquer novidade, sempre vai ter alguém disposto a explorar algo tão recente. Nesse caso, foi uma empresa de ração.

Poderia ser pior. Poderia ser uma processadora de couro.


Nunca subestime o poder da imaginação

Chase the Chuck Wagon foi um jogo encomendado pela fábrica de ração Purina para a produtora Spectravision. Só que ao invés de vendido normalmente, você poderia obter o jogo mostrando notas fiscais de compras de rações da marca. Essas técnicas de troca eram muito populares no surgimento da indústria, mas não deu muito certo. Devido a isso, o jogo tem meio que um status cult entre os colecionadores, apesar de não ser tão raro.

Basicamente, é uma sequência de labirintos, baseados nos comerciais da Purina dos anos 70 e 80. Você controla um cachorro, Chuckie, através de labirintos pra tentar alcançar a carroça. Mas nada é tão fácil, pois um catador de cachorros está atrás de você, além do limite de tempo.

Assim como muitos jogos do Atari, a qualidade é questionável. Inclusive, essa "facilidade" em fazer jogos e essa qualidade flutuante entre eles foram alguns dos principais fatores do Crash de 1983 da indústria.

Mas essa história fica pra outra hora...


E você achando que Pepsiman era bizarro...

Pois bem, meus caros. Após tamanha demora, quero dedicar esse artigo a todos os apreciadores do old-school espalhados pelo mundo, principalmente os que curtem o blog. Por que eles são mais legais que os outros.

E para alegria de todos, já tenho o artigo da semana que vem praticamente preparado! Chega dessas pausas inconstantes, acho que um ritmo semanal é o que todos clamam e merecem.

E caso você esteja se perguntando, por que eu coloquei aquela música japa no início do artigo, ela foi feita pela minha banda favorita, JAM Project (eu insisto que vocês a googlem) como um jingle de comercial de bonecos. Por que quando o Japão acerta, eles acertam com tudo.

Por hoje é só, pessoal!

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